Por Daniela Lopes
No período da Revolução Industrial, houve uma transição da produção manual para a produção mecanizada. Anteriormente a esse período, o processo de manufatura era lento, já que dependia exclusivamente do trabalho humano. Além disso, demandava um trabalho especializado para a produção da mercadoria. Com o advento da industrialização, as máquinas passaram a substituir a mão-de-obra humana, afastando a necessidade de um serviço especializado e permitindo o aumento significativo da produção. É nesse contexto que o capitalismo se consolida como sistema econômico vigente e predominante.
O sistema capitalista tem como principais metas a obtenção de lucro e o acúmulo de riquezas. Para alcançar esses objetivos, as empresas precisam estimular a produção em massa. Nesse sentido, durante a fabricação de mercadorias, o capitalismo contribui, principalmente, para a potencialização do aquecimento global e para o esgotamento de recursos naturais. Isso se deve ao uso indevido de combustíveis fósseis para o funcionamento de máquinas e à retirada desmesurada de matérias-primas da natureza. A fim de cumprir seus objetivos, o capitalismo estimula, ainda, o consumo exacerbado, que gera uma crescente produção de lixo.
´Cemitério de roupa usada´ no deserto do Atacama.
Foto: Martin Bernetti/AFP
Em seu livro “Capitalismo e colapso ambiental”, Luiz Marques, historiador e professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), trata do atual cenário da crise ambiental. O autor destaca a relação entre o modo de produção capitalista e a degradação do meio ambiente e reflete sobre a responsabilidade que os governos e grandes empresas têm na degradação ambiental. Em uma entrevista sobre o livro, Marques ressalta, ainda, a gravidade do cenário vivido pela natureza: “Cada linha deste livro tem o objetivo de argumentar em favor da ideia de que vivemos uma situação de urgência. O traço definidor do momento presente é a corrida contra o relógio, uma corrida que, indubitavelmente, estamos perdendo”.
O capitalismo avança em um espaço de tempo em que o meio ambiente não consegue se regenerar. Portanto, é necessário que sejam tomadas medidas urgentes e eficazes para o combate à degradação ambiental. Luiz Marques propõe, em seu livro, a superação do sistema político, econômico e social vigente por meio da constituição de uma ordem pós-capitalista. “Ninguém sabe de onde virá uma ação política coletiva capaz de reverter a tendência ao colapso ambiental. Reverter essa tendência requer, em meu entender, a desmontagem da máquina intrinsecamente acumulativa e expansiva do capitalismo”, diz o professor.
Fontes:
MARQUES, Luiz. Capitalismo e colapso ambiental. Editora Unicamp.
Politize! Talita de Carvalho. Capitalismo: entenda como funciona esse sistema de produção. Disponível em: https://www.politize.com.br/capitalismo-o-que-e-o/#:~:text=O%20capitalismo%20%C3%A9%20um%20sistema,renda%20por%20meio%20do%20trabalho. Acesso em: 30/04/2022
UOL. Eduardo de Freitas. Os problemas derivados do capitalismo. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/os-problemas-derivados-capitalismo.htm. Acesso em 30/04/2022
Unicamp. Marta Avancini. Capitalismo é o motor do colapso ambiental, aponta livro de Luiz Marques.
Disponível em: https://www.unicamp.br/unicamp/ju/636/capitalismo-e-o-motor-do-colapso-ambiental-aponta-livro-de-luiz-marques. Acesso em: 30/04/2022